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Decisões na Crise

Muitos já enfrentam as consequências da crise econômica no Brasil. Somos especialistas em crises econômicas e sabemos que, diante de um futuro incerto, é necessário cortar gastos e poupar. Mesmo que muitos de nós não consigamos colocar esses conselhos em prática no dia a dia, sabemos que é isso que deve ser feito.

Mas que tipo de despesas devem ser cortadas? Como julgar adequadamente o que é supérfluo?

Em geral, um dos primeiros itens penalizados são as aulas de línguas. Mas será que essa é uma opção inteligente em tempos de crise? Aquele curso de inglês ou espanhol não fazia parte do plano de desenvolvimento da sua carreira?

A academia de ginástica também foi para a lista de cortes? Junto com as aulas de yoga ou meditação? Repare bem na sua lista de cortes, que ela pode dizer muito sobre você. Veja se as decisões tomadas estão alinhadas com seus planos pessoais e profissionais. Ou será que sua decisão foi influenciada por uma variável desconhecida?

É muito confortável pensar que nossas escolhas são racionais e conscientes. Que fazemos contas diante de uma planilha e que temos absoluto controle sobre nossas decisões.

Mas muitos estudos, conduzidos em ambientes controlados e sob vigilância de aparelhos que medem a atividade dos nossos cérebros durante uma tomada de decisão, mostram que uma parcela considerável dos elementos que influenciam nossa decisão não é fruto do processamento consciente de variáveis como preço do curso ou expectativa de resultado.

Na verdade, o simples fato de gostarmos ou não de frequentar essas aulas pode ter um peso muito maior na hora de decidir abandoná-las. E, provavelmente, se tem que estudar inglês agora, depois de passar anos por diferentes tipos de cursos e aulas de inglês, a atividade não é uma das que você mais gosta. Assim, o simples fato de você não gostar delas pode fazer com que, ao menor sinal de crise, sejam justamente elas as cortadas do orçamento.

Ao decidir por abandonar as aulas de inglês em vez de cortar sua pequena viagem de final de semana ou a compra do ingresso do show mais esperado do ano (com o argumento de que você tem recomendações médicas para combater o estresse), você pode estar traindo a si mesmo, boicotando seu projeto de crescimento.

É muito importante procurar fazer reflexões mais amplas e evitar repetir comportamentos que no passado já mostraram ser pouco eficazes.

E nas empresas, como isso acontece? É comum, diante da necessidade de reduzir custos, avançarmos impiedosamente sobre a folha de pagamento ou sobre treinamentos que estavam planejados para este ano. Muitas vezes precisamos abrir mão de funcionários que não tiveram tempo de mostrar resultados. E opta-se por ficar na gangorra demite/contrata, que representa custos elevadíssimos.

Que tal olhar primeiro para os gastos excessivos com papel higiênico e copos plásticos ou mesmo investir em equipamentos que poupem energia elétrica ou água antes de cortar qualquer chance de a empresa crescer em tempos de crise? São aqueles que inovam e surpreendem que fazem da crise o combustível do seu crescimento.