fbpx
Intervenções em comunidades de risco

Sempre sou questionada sobre o que pode ser feito na prática se quisermos aplicar os conhecimentos da Neurociência na Educação. Hoje resolvi comentar duas intervenções feitas fora do Brasil por pesquisadores ligados a linhas de pesquisa que buscam fazer exatamente essa ponte entre a teoria dos laboratórios e as práticas educacionais.

A primeira delas aconteceu da Inglaterra. O grupo da pesquisadora Helen Neville estudou o desenvolvimento de 141 crianças em idade preeescolar que foram submetidas a uma abordagem sistemática voltada para o treino da atenção sustentada. Os resultados mostraram que foram alcançados benefícios mensuráveis em diferentes funções cerebrais, cognitivas e mesmo no comportamento das crianças. Os pesquisadores estavam justamente perseguindo estes resultados em crianças que tem classicamente desempenhos inferiores – crianças que vivem em situação socioeconômica de risco e os resultados desta intervenção precoce foram muito comemorados. Leia a íntegra na sala de leitura da Inédita.

Já nos arredores de Los Angeles, um programa de aprendizado musical aplicado em crianças de 6 a 10 anos que vivem em comunidades desfavorecidas mostrou que elementos importantes para o desenvolvimento de habilidades de linguagem podem ser dramaticamente melhorados após o segundo ano de treino. O treino musical parece ser responsável por melhorar o processamento auditivo das crianças e com isso trazer uma melhor discriminação auditiva. Esta melhora estará diretamente relacionada com discriminação de sons de consoantes e tem impacto direto na linguagem e na leitura. Infelizmente, o trabalho na íntegra está protegido por direitos autorais mas o resumo está neste link.

Aqui na Inédita, um importante programa de prevenção de comportamentos de risco (especialmente prevenção de dependência química) tem sido desenvolvido para aplicação desde o oitavo ano do fundamental até o final do ensino médio. O estudo do funcionamento cerebral e os mecanismos de vício auxiliam a criar mais autoconhecimento e uma maior capacidade de tomada de decisões. Alguns resultados preliminares subjetivos já puderem ser observados mas estamos empenhados em produzir evidências significativas da eficiência desta abordagem.

Conhece algum programa de intervenção e quer compartilhar? Deixe seu comentário!

Um abraço!

 

 

 

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.