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5 estratégias da Neurociência para melhorar a Tomada de Decisão

Conheça o seu cérebro e entenda porque tomamos decisões que prejudicam a vida financeira

Economizar dinheiro é difícil e isso é um fato cientificamente comprovado.

Seja transferindo dinheiro para uma conta de poupança ou pagando dívidas, tomar decisões acertadas a respeito do dinheiro pode ir contra seus instintos humanos mais básicos, de acordo com especialistas que estudam como o cérebro reage ao dinheiro.

Como nossos cérebros nos ajudam e nos atrapalham em nossas decisões financeiras? E como podemos usar esse conhecimento para viver uma vida mais rica?

Por que é tão difícil economizar dinheiro?

Podemos andar eretos, negociar ações no mercado eletrônico e pagar as compras com cartão de crédito, mas, de muitas maneiras, não somos tão diferentes de nossos ancestrais.

“Estamos programados para fazer escolhas que nos trarão uma recompensa imediata”, diz a Dra. Moira Somers, neuropsicóloga clínica e autora Conselhos que pegam: como dar conselhos financeiros que as pessoas seguirão” – tradução livre). “Pode ser difícil trocar algo que temos certeza que vai acontecer hoje, como ver uma série em um streaming ou comprar um novo jogo, por alguma coisa que talvez aconteça no futuro.”

O planejamento financeiro de longo prazo vai contra nossa natureza, diz o Dr. Moran Cerf, professor de neurociência e negócios na Northwestern University. “Nossos cérebros evoluíram na savana quando os recursos eram escassos”, diz Cerf. “Se você visse morangos, poderia comê-los agora ou nunca mais, porque existe a possibilidade de eles sumirem depois.”

Isso se traduz em uma tomada de decisão que pode parecer irracional, mas no momento parece correta. Como gastar todo o seu salário em uma grande compra ao invés de investi-lo.

Somando-se a esses obstáculos mentais, estão as barreiras estruturais da economia, como alto desemprego, salários estagnados e desigualdade racial no acúmulo de riqueza. Enquanto isso, “existe uma indústria de publicidade de um bilhão de dólares que quer que gastemos todo o nosso dinheiro. De certa forma, estamos indefesos”, diz Somers.

Como usar a neurociência para lidar melhor com dinheiro

Ignorar esses instintos naturais e transformar a forma como você toma decisões a respeito do dinheiro não vai acontecer da noite para o dia. Aqui estão cinco dicas de neurocientistas sobre como economizar mais dinheiro e atingir seus objetivos financeiros.

Pague em dinheiro

Nem todas as transações parecem iguais para nós. Cerf explica que o córtex insular, que faz parte do córtex cerebral, “ganha vida” quando sentimos dor, inclusive dor social. Se seu amigo te ignora, um parceiro termina com você ou você perde dinheiro, você sente tristeza ou perda por causa dessa parte do seu cérebro.

De acordo com um estudo de 2007 realizado por neurocientistas das faculdades Stanford, MIT e pelo pesquisador Carnegie Mellon, o córtex insular também “acende” quando as pessoas são solicitadas a imaginar o pagamento da compra com dinheiro ao invés de cartão de crédito. O fenômeno é conhecido como “a dor de pagar”.

“Quando pagamos em dinheiro, isso se traduz em dor para o cérebro”, diz Somers. “Quando pagamos com cartão de crédito, apenas os centros de prazer se ‘iluminam’.”

Tente mudar os seus pagamentos para dinheiro e veja se você nota uma diferença positiva em seu comportamento. Somers diz que muitas pessoas notam um “ajuste automático” nos gastos devido ao uso de dinheiro.

Mantenha um diário financeiro

Se você realmente deseja saber como seu cérebro funciona, “peça a um neurocientista um brain scan enquanto você toma decisões, que conte sobre a sua atividade cerebral quando você é questionado a respeito de suas emoções e como avalia o fracasso em relação ao sucesso”, diz Cerf.

Mas existe uma maneira mais fácil de descobrir! Durante uma semana, mantenha um diário detalhado de todas as decisões financeiras que você tomar. “Escreva sobre suas escolhas e o máximo de coisas que puder sobre seu ambiente, com quem você estava, seu humor, a hora do dia. Você coleta essas escolhas por uma semana e, no final, olha para trás no diário e classifica as escolhas de acordo com o quão feliz você estava com elas”, diz ela.

Rastreando suas ações ao longo do tempo, você pode começar a identificar padrões.

Você pode começar a notar que fica com fome e pede uma refeição por delivery quando trabalha na hora do almoço, por exemplo. Ou você pode se sentir compelido a gastar depois de ver postagens de influenciadores de estilo de vida no Instagram. Identificar esses impulsos permite que você classifique as compras impulsionadas por uma verdadeira necessidade ou desejo, e as compras impulsionadas pela insegurança.

Ao construir um plano de economia, comece pequeno

 Por mais tentadores que sejam, mudanças dramáticas em suas finanças provavelmente não serão sustentáveis. “Quando as pessoas estão endividadas, um impulso é jogar tudo em cima dela”, disse Somers. Mas a privação forçada não dura muito tempo. Se você não tiver economias quando a próxima emergência surgir, você pode ser forçado a fazer novas dívidas.

 É melhor estabelecer um hábito de poupança de longo prazo que pode ser ajustado conforme sua vida muda.

Adicione e remova o atrito

Fricção é um termo usado em finanças comportamentais para indicar lapsos de velocidade durante uma experiência. Por exemplo, inserir manualmente o número do seu cartão de crédito em uma página de checkout online, ao invés de deixá-lo salvo no site da loja.

Somers diz que o atrito pode ser usado a seu favor quando se trata de atingir seus objetivos financeiros. “Podemos minimizar a dor de fazer as coisas que desejamos ao mesmo tempo em que tornamos um pouco mais difícil tomar decisões que vão contra nosso desejo de economizar”, diz a autora.

Você pode aumentar a fricção desativando a modalidade de “compra em um click” e excluindo endereços salvos e informações de pagamento. E você pode eliminar o atrito automatizando economias e investimentos de seu salário, configurando o débito automático para suas contas e pagando compras em dinheiro.

“Quanto mais você automatizar as ações que vão te ajudar a economizar dinheiro, deixando-os menos dependentes da força de vontade ou da memória, maior será a probabilidade de você ter sucesso”, diz Somers.

Aceite a possibilidade de errar ao longo do caminho – e tente outra vez

 Ninguém é perfeito e, portanto, nem todas as decisões serão perfeitas. “O cérebro humano não foi feito para este mundo”, diz Cerf. É importante dar um desconto a si mesmo, entendendo que nossos cérebros não evoluíram tão rapidamente quanto a tecnologia.

Seguir o caminho certo financeiramente, como criar um fundo de emergência, por exemplo, pode melhorar drasticamente sua saúde mental. Só pode levar mais tempo e esforço para chegar onde você deseja.

“Precisamos equilibrar duas considerações: a matemática e a motivacional”, diz Somers. “Cada decisão é uma decisão emocional em algum nível.”


Fonte: time.com


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