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Melhore as relações no trabalho usando a neurociência

Conheça o modelo SCARF, que mostra como podemos lidar com o sistema de ameaça e recompensa dentro do ambiente profissional.

Seja você um profissional da área de TI, um comerciante ou o CEO de sua própria empresa, colaborar com outras pessoas faz parte do seu trabalho. Muitos de nós trabalhamos com pessoas que têm posicionamentos com os quais nem sempre concordamos ou participamos de reuniões que não foram tão produtivas quanto poderiam.

Às vezes, testemunhamos pequenos mal-entendidos entre as pessoas, que poderiam ter sido resolvidos naquele momento, mas ao invés disso, perduraram e tiveram um impacto negativo no relacionamento.

Estudos conduzidos pelo Carnegie Institute of Technology descobriram que 85% do sucesso financeiro pode ser atribuído a habilidades relacionadas à inteligência emocional. Você entende as pessoas quando entende os seus comportamentos e motivações. O caminho para o coração de uma pessoa é através do cérebro (embora, claro, o estômago esteja em segundo lugar). Pessoas e relacionamentos não parecerão mais tão complicados quando entendermos o que nos motiva.

David Rock usa a neurociência em seu livro Your Brain at Work para propor o modelo SCARF: Status, Certeza, Autonomia, Parentesco (do inglês Relativiness) e Equidade (do inglês Fairness). Este modelo identifica cinco domínios que o cérebro considera tão importantes quanto as necessidades de sobrevivência. Vamos examinar cada um deles um por um.

Status: uma batalha constante

Muitos de nós acreditamos que a batalha por status é uma parte inevitável da vida. Quando, subconscientemente, construímos uma hierarquia para todos que conhecemos com base em seu status, nossas interações com eles podem ser amplamente influenciadas por esse fator.

A maneira como você comenta sobre algum erro que o seu chefe cometeu pode ser muito diferente de como você trataria alguns de seus subordinados. “Status” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Pode ser uma designação ou uma responsabilidade, ou qualquer coisa que lhe dê uma vantagem na ordem social das coisas.

Certeza: a convicção é reconfortante

Como são tomadas as decisões em sua equipe? Elas são feitas através de discussão ou são tomadas em sigilo? Elas são fundamentadas ou geralmente acompanhadas de lugares-comuns, ambíguas e vazias? A falta de certeza pode fazer você se sentir ameaçado. Por outro lado, a certeza dá mais clareza a qualquer situação. No local de trabalho, a clareza pode dar aos funcionários um senso de propósito.

 A transparência na tomada de decisão e a clareza sobre o que sua empresa representa podem motivar seus funcionários, às vezes mais do que recompensas monetárias.

Autonomia: todo mundo gosta de estar no controle

A autonomia é semelhante à certeza:  quando você não tem um deles, parece que você perdeu o controle da situação. A autonomia, ou mesmo a percepção de controle, é um dos principais motivadores do comportamento. As pessoas que largam o emprego estável das 9h às 18h para abrir sua própria empresa e trabalhar 24 horas por dia enfrentam mais estresse e uma quantidade colossal de riscos. Eles trocam tudo por autonomia.

É por isso que o microgerenciamento pode parecer sufocante e é percebido como uma ameaça por nossos cérebros. O menor passo em direção à autonomia pode parecer uma recompensa.

Ao invés de simplesmente dizer a alguém para fazer uma tarefa, perguntar “Você quer cuidar desta reunião ou quer tentar outra coisa?” pode fazer bastante diferença. A pessoa sente que está escolhendo uma opção ao invés de estar só cumprindo uma tarefa.

Parentesco: a que lugar eu pertenço?

É reconfortante sentir que você pertence a um grupo, como se você fosse parte de algo maior do que você mesmo. A exclusão e a rejeição são fisiologicamente dolorosas. É por isso que muitos de nós prosperamos com a validação das mídias sociais.

Um estudo científico conduzido pelo pesquisador Mathew Lieberman da Universidade da Califórnia e publicado na revista Science Mag em 2003 encontrou evidências de que os humanos experimentam dor física e rejeição usando as mesmas partes de nosso cérebro. Este elemento social desempenha um papel fundamental na colaboração e melhora o trabalho em equipe.

Se você descobrir que seu colega de equipe compartilha um hobby com você, você começa a ver parte de si mesmo nele. Isso aumenta a confiança. É por isso que muitas equipes investem tempo fazendo atividades fora do trabalho.

Justiça: além do amor e da guerra

Um senso de justiça, ou a falta dela, também pode gerar respostas negativas em nosso cérebro. A sensação de “ser passado pra trás” por um motorista de táxi que faz uma rota mais longa ou por um prestador de serviço que cobrou um valor diferente do que foi combinado previamente pode arruinar um dia excelente, mesmo que o custo econômico tenha sido relativamente insignificante. Um gerente que apresenta uma oportunidade para um de seus colaboradores favoritos ao invés de falar sobre ela para toda a equipe pode doer tanto quanto uma traição de alguém próximo.

A justiça é um dos acréscimos surpreendentes ao modelo SCARF porque muitos de nós não consideram a justiça naturalmente tão importante quanto comida ou dinheiro.

Muitas reclamações comuns em um local de trabalho sobre pagamento, desempenho e transparência derivam de um sentimento de injustiça.

Uma pesquisa organizacional publicada na Harvard Business Review sobre a reestruturação corporativa revelou que, quando as decisões eram tomadas de forma justa, o impacto das dispensas era dramaticamente menor. Naturalmente, transparência e justiça são fatores importantes para a retenção de funcionários no local de trabalho.

Então, como ser emocionalmente inteligente no trabalho?

 “Pense em como é quando você interage com alguém que te faz perceber quais são as coisas boas a seu respeito (elevando seu status), que é claro sobre o que ele espera de você (aumentando a certeza), que permite que você tome decisões (aumentando a autonomia), que se conecta com você em um nível humano (aumentando o relacionamento), e quem o trata com justiça. Você se sente mais calmo, feliz, mais confiante, mais conectado e mais inteligente. Você é capaz de processar fluxos mais ricos de informações sobre o mundo, o que dá a sensação de que o mundo ficou maior. Como essa experiência é tão boa, você quer passar um tempo com essa pessoa e ajudá-la de qualquer maneira que puder. ”

—David Rock, Your Brain at Work

Então, como podemos usar nosso novo conhecimento? Podemos começar observando as interações ao nosso redor.

O teste do drama

Não perder o controle quando as coisas esquentam é um sinal de que você conhece suas emoções e sabe como modular o seu comportamento quando estiver em situações desafiadoras. Portanto, se alguém gritar com você, faça o possível para não responder com raiva. Se você demorar um pouco para responder, mas ainda assim o fizer de maneira passivo-agressiva, também não é a melhor atitude a ser tomada.

Reconheça que está se sentindo ameaçado, identifique o sentimento e tente entender o motivo da outra pessoa. O pensamento racional diante do drama é uma habilidade adquirida de valor inestimável.

Conheça sua organização

Gerenciar expectativas é possivelmente o verdadeiro segredo para garantir a felicidade em sua vida. Entenda o que você espera de sua organização. Cada empresa tem uma personalidade. É uma empresa formal ou uma empresa com clima mais descontraído? As pessoas encorajam críticas construtivas ou rejeitam automaticamente sugestões ou feedback que não lhes convém? Apesar do que gostamos de pensar, construímos subconscientemente um relacionamento com nossa empresa e com certas expectativas.

A expectativa positiva é a expectativa de uma recompensa, e as expectativas não atendidas podem criar uma ameaça que necessita ser respondida.

Competição “saudável”

Há uma linha tênue entre competição saudável e sabotar ativamente seus colegas de trabalho. Quebre a cultura da competição sendo empático. Ofereça ajuda sem esperar que lhe peçam. Se você encontrar alguém tendo um dia ruim, pergunte como está e tente apoiá-lo. Um ambiente de alta confiança é, em última análise, mais propício à produtividade e à criatividade.

 “Até que você torne o inconsciente consciente, ele direcionará sua vida e você o chamará de destino.”
Carl Jung

A qualidade que mantém todas essas práticas juntas é o autoconhecimento. É a primeira coisa que você precisa fazer para melhorar seus relacionamentos. Se você não consegue identificar o que está sentindo, não consegue ver nos outros. À medida que nos tornamos mais conscientes de como nosso cérebro responde, fica mais fácil entender o que acontece na nossa vida.

Compreender o que nos torna humanos nos torna humanos melhores

Desentendimentos profissionais são uma parte inevitável de um local de trabalho. O desenvolvimento da inteligência emocional ajuda na sua motivação, comunicação, confiança e empatia. Além disso, melhora seus relacionamentos, tanto no trabalho quanto em casa. Isso o torna uma pessoa mais feliz, e pessoas felizes são pessoas de sucesso.

Fonte:

https://www.zoho.com/


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